A Romã e eu fomos visitar esta tarde a Ecool, Feira de Ambiente e Bem-estar que decorreu no Jardim do Bonfim em Setúbal.
E uma das bancas que nos encantou foi a das Cegas tradições, de doçaria Regional, artesanal e de Autor Premiada.
A laranja de Setúbal, como não poderia deixar de ser é um dos produtos que trabalham com mestria e segredos.
Sabe-se que a receita do Doce de Laranja surge no conhecido Palácio do Cabedo, em Setúbal.
Nos anos 30, o doce é vendido em laranjas,que esvaziadas da sua polpa, são recheadas com o mesmo.
Mais tarde ,é apresentado numa bonita embalagem de vidro.
As Cegas Tradições criáram e recriáram essa memória, por forma a que o célebre pregão
“Doce de Laranja, especialidade de Setúbal” perdure no tempo!
Em tempos, Setúbal chegou a estar rodeada de laranjais. A laranja de Setúbal foi durante séculos, símbolo da região. Caracterizada pela sua polpa sumarenta, doce e aromática, apresentando uma cor viva.
Sim, antes do moscatel e dos outros vinhos hoje tão famosos, a laranja aqui produzida era conhecida e disputada nos principais mercados mundiais.
Estima-se que é no século XVI que surge, na "lista dos produtos exportados por Portugal”, uma boa parte das laranjas de Setúbal saía a barra do Sado com destino a portos estrangeiros.
Tendo perdido a força económica nos mercados que outrora possuíra, os laranjais perderam também o seu interesse por parte dos proprietários.
Quando a cidade se expandiu, para norte, ocupou grande parte dos solos de maior valor agrícola, e com eles foram destruídos também grande parte dos pomares. A produção de laranja acabou por ser transferida para o Algarve.
Embora nos dias de hoje esteja quase extinta, a produção de citrinos já foi tão importante que ainda hoje as laranjas sem caroço são designadas «laranja da baía» , numa alusão à baía de Setúbal.
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